Sobre a entrevista de João Rocha


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Já João Rocha, não conclui quem apoia. Toda a entrevista foi uma tentativa de análise ao Projecto Roquette, mostrando, na sua opinião, o quão prejudicial para o Clube, foi este projecto. João Rocha tenta ainda demarcar Soares Franco do Projecto Roquette, admitindo que ainda está a tempo de mudar de rumo. Ficam aqui as transcrições principais:

RECORD – Essa força foi consubstanciada em mais títulos do que os concorrentes?
JOÃO ROCHA – De tal forma que nos primeiros 10 anos após a revolução, o Sporting tinha 22 modalidades e ganhou 1.210 títulos nacionais e 52 Taças de Portugal. Conquistámos 8 taças europeias em 7 anos, tínhamos 105 mil sócios e, no futebol, entre campeonatos, Taças e Supertaças, o Sporting conquistou 8 títulos contra 10 do Benfica, 6 do FC Porto e 3 do Boavista. Conseguimos reconquistar o estatuto vivido, por exemplo, no tempo dos cinco violinos. Finalmente, juntando provas nacionais e europeias de alta competição, ganhámos 47 títulos contra 20 do Benfica e 13 do FC Porto, ou seja, mais do que os dois rivais juntos. Acrescente-se que mandámos uma equipa de ciclismo à Volta a França. Nenhuma equipa europeia com futebol o fez por duas vezes como nós. Foi importantíssimo para o país.

RECORD – Porque é que, na sua opinião, o Sporting não seguiu esse caminho ascendente?
JOÃO ROCHA – Eu saí. Não podia ficar, porque tinha uma doença grave. Nos últimos dois anos, já assistia deitado às reuniões da direcção. Só bebia leite e um médico americano disse-me que eu tinha de decidir entre a morte e o Sporting. Eu queria viver mais alguns anos e saí. Depois, o passivo foi aumentando ao longo dos anos, até que chegou José Roquette com o seu projecto.

RECORD – Um projecto que encheu de esperança todos os sportinguistas...
JOÃO ROCHA – O Projecto Roquette liquidou o Sporting. Ninguém soube o que era o projecto, porque ele não dizia. Sabia-se, apenas, que era uma dezena de sociedades, dirigentes e funcionários superiores a ganhar centenas de milhares de contos. O projecto foi reduzir os sócios de mais de 100 mil para pouco mais de 30 mil, foi acabar com as modalidades amadoras, foi vender património, foram dezenas e dezenas de milhões de contos de prejuízo que não aparecem nos resultados, porque parte deles foram executados pelo Sporting. No caso da SAD deram-se informações falsas aos associados e à própria CMVM para a entrada na bolsa.

RECORD – Muito objectivamente, na sua opinião, José Roquette é o responsável pelo actual passivo do Sporting?
JOÃO ROCHA – O Projecto Roquette liquidou o Sporting. Disso já não restam dúvidas. Queria gerir o clube ditatorialmente e a primeira coisa que fez foi fechar as portas aos jornalistas nas assembleias gerais. No meu tempo, havia uma bancada só para os jornalistas. Não tínhamos receio de nada.

RECORD - E agora? Como vai ser o futuro?
JOÃO ROCHA - Estou sinceramente preocupado porque Soares Franco, de quem sou amigo, não tem culpa disto tudo. Creio que ele está a afastar-se deste projecto. Se não se demarcar as culpas recairão sobre ele. As pessoas esquecem-se do passado e se daqui a um ano as coisas estiverem piores, é ele que vai arcar com as responsabilidades. Deve ser dito que o projecto falhou, porque José Roquette não teve capacidade para ser presidente. Os dirigentes devem servir o Sporting e não servir-se do Sorting.

RECORD - Apesar disso, a situação financeira não deixa de ser grave?
JOÃO ROCHA - É por isso que defendo uma auditoria a todas as contas, para salvaguarda do próprio Soares Franco.

retirado de record.pt

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