Pelo meu Sporting... #3



Roberto Luis Gaspar Deus Severo. Para uns é “o Beto”, para outros “o nosso capitão”, para outros “um activo”. Não é ele o tema da minha crónica desta semana. É apenas o mote para o que aí vem. Como já aqui escrevi, Beto saiu em lágrimas ontem. Beto é do Sporting! Não tenho nenhum prazer em criticar/enumerar os erros calamitosos no que toca à gestão de recursos humanos desta SAD, mas chegou a altura de dizer BASTA! O tema principal desta semana será os símbolos do Sporting e como têm sido (mal) tratados por quem gere os destinos do clube.

O que constrói um clube? Um estádio? Uma Academia? Um marketing agressivo e que dê frutos? Resultados? Lucros? Para mim, acima de tudo, a Paixão! Seria do Sporting se não houvesse Estádio novo. Se não houvesse Academia. Se a Loja Verde só vendesse duas camisolas por mês. Se não ganhássemos campeonatos durante 30 anos. Se o dinheiro não abundasse nos cofres de Alvalade.
O que me transmite a Paixão, o que me faz gostar do Sporting são aqueles que vivem o lema do Clube. Os que têm tanta ou mais garra que os leões da camisola. Os poucos que ainda sabem o que é o “amor à camisola”.
Quando penso nisso, são 5 os jogadores de futebol profissional que me aparecem na cabeça. Rui Jorge, Pedro Barbosa, Beto, Sá Pinto e Nelson. Se há alguém que, nos últimos anos suou camisolas, que viveu as vitórias, sofreu nas derrotas, quis um Sporting melhor, foram estes cinco senhores. E o que ganharam com isso?

Rui Jorge – O defesa esquerdo até vinha das escolas do Porto, onde tinha sido formado. Chegou no início da época 1998/99. Em 1999/2000 foi campeão. Repetiu a façanha em 2001/02. Ganhou uma Taça de Portugal e duas Supertaças. Deixava a “pele em campo”! Era um símbolo. O que ganhou com isso? O silêncio da direcção quando o seu contrato estava a acabar. Já não está no Sporting.

Pedro Barbosa – Gostava de falar dele sem ter de me lembrar que foi o jogador que mais prazer me deu ver jogar. Não consigo, talvez por a minha relação com o Sporting ter muito pouco de racional… Esteve 10 anos no Sporting, foi capitão durante muitos deles, marcou golos mágicos, fez jogos de sonho… A sua instabilidade emocional, muitas vezes, fazia-o passar más fases. Liderou a equipa, foi um símbolo. O que ganhou com isso? O mesmo que Rui Jorge. Já não está no Sporting.

Beto – No Sporting há 16 anos. Tem um feitio irascível por vezes, mas ninguém lhe pode negar o seu Sportinguismo. Jogador que ao longo dos anos tem dado tudo ao clube que tudo lhe deu. É um símbolo. Poderá estar de saída. Espero que não.

Sá Pinto – Chamam-lhe Ricardo “coração de Leão”. Por ele, o Sporting nunca perdia. Chorou em campo em Viena, quando estávamos a ser eliminados. Talvez por ser o “mais que tudo” dos adeptos leoninos, sempre foi mantido no Sporting. Ainda bem. Já disse que Beto faz parte do clube. É um símbolo. Poderá ser o seu último ano no Sporting.

Nelson – O guarda redes que foi campeão no Sporting, contagia com o seu Sportinguismo. Festeja golos em campo, como muito poucos, vibra com o clube a sério. Limitado tecnicamente, é querido pela massa adepta. É um símbolo. Está em fim de contrato. Pode ser o seu último ano de leão ao peito.

Por isso é que, para mim, os presidentes, os treinadores, os dirigentes, 90% dos jogadores passam, mas estes símbolos ficam!!! São eles que me fazem ir ao futebol. Agradeço-lhes o Sportinguismo!

Filipe Soares Franco

Enquanto escrevo esta crónica, estou a ouvir a entrevista de Soares Franco. Já aqui o elogiei várias vezes e, como previa, é candidato. Porém, há ideias que me deixam preocupado.
“O Sporting tem de ser gerido com Realismo e não com Romantismo”. Na minha opinião está errado. Como já aqui o disse, Razão e Emoção devem andar lado a lado na gerência do clube.
“A necessidade de alienar património é indispensável”. Mas porquê? O salto foi mais alto que as pernas? Ou o projecto Roquette foi areia para os olhos?
“Das 4 modalidades profissionais ( Futebol, Atletismo, Andebol, Futsal), vamos ter que escolher 3”. O Clube mais eclético do país a desmoronar-se em prol de quê?
“Temos um Holmes Place, o Alvaláxia, um Centro do Dia, um Estádio novo e uma Academia”. Não seria mais importante que um health club ou um shopping, ter uma sala para sócios ou um Pavilhão para as modalidades?

Se calhar sou um Romântico, não sei. Parece-me que Soares Franco é o escolhido pelos pais do “Projecto Roquette” para continuar a liderar o clube, mas achei-o demasiado “técnico”.

Reacções aguardam-se.

Sobe e Desce

Sobe – Liedson e Sá Pinto. Os dois, com dois golos cada um, ofuscaram as limitações da equipa de futebol. No caso do brasileiro, não chegou para evitar a derrota em Braga, mas mostrou que é o melhor avançado a actuar em Portugal. Já Sá Pinto saiu do banco, contra o Vizela, para carimbar a passagem de uma eliminatória que esteve difícil.

Desce – Paulo Bento. Não estão em causa os resultados ou as exibições. Pergunto apenas, como pode Beto ficar de fora para jogar Polga. O que não viaja sem a família (deve ser a família que lhe paga o ordenado) no lugar do “capitão”. Mas se calhar o mal é meu…Eu é que devo ser o Romântico.

Reflexão da Semana

Em tempos conturbados é que aparecem os grandes leões. A equipa de futebol atravessa uma crise que pode ou não estar relacionada com a crise directiva. Os Sportinguistas já depositaram grandes esperanças em Telles e Bettencourt. Os Sportinguistas querem ambos. Será que querem o Sporting? Porque não aparecem? Porque é que ainda não deram a cara? A ver vamos quando aparece “D. Sebastião”.

Bem, vamos é ganhar a Belém e tentar esquecer as coisas más por uns dias.

Força Sporting!!!

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