Opinião #1 - O meu ano 2005


imagem cnn

Como disse o meu amigo Fernando Sousa há pouco tempo, em comentário deixado num blogue desportivo, 2005 foi talvez, o ano que mais me marcou como Sportinguista.
Digo talvez porque em 2001/2002, aquando da conquista do último campeonato, também segui de perto todos os passos na evolução da nossa equipa, desde deslocações fantásticas aos terrenos dos rivais mais competitivos, passando pelas amizades únicas que fiz nessa mesma campanha, à minha primeira viagem ao estrangeiro (Milão, 22 Novembro 2001, inesquecível!!!). Deu mesmo para tudo, até para coroar o ano de campeonato com um leão tatuado no corpo!

Ora 2005 foi um ano fértil em emoções. Foi um ano de tudo ou nada. Para muitos um ano de falhanços; para mim, e porque tenho este óptimo hábito de ver sempre as coisas boas da vida, um ano de vitórias! É lógico que tenho bem presente o minuto 83 do jogo com o Benfica, ou o minuto 74 do jogo com o CSKA. Mas prefiro tornar inesquecível tudo o que de bom passei no ano de 2005 lado a lado com o meu Sporting!

Toda a campanha europeia foi fabulosa! Tínhamos uma equipa que jogava um futebol do melhor que a Europa já viu, uma equipa com talento... rotinada... mágica! Ainda hoje recordo aquele golo do Hugo Viana contra o Panionios, em que, em vez de gritar "GOLO!", comecei a rir-me com o Nando em plena bancada. "Não! Não joguem tanto!!!" Era um futebol divertido!

Lembro-me também daquele que foi o melhor jogo que alguma vez assisti no novo Estádio José Alvalade... Sporting - Newcastle, 14 Abril 2005... nem sequer conseguia ouvir o Nando, tal era o barulho debaixo do pano pintado pela Juventude Leonina! UEFA para Lisboa dizia. Todo o estádio cantava aquela música. Aleee aleee, ale Sporting aleee, ale Sporting aleee! Foi um início assombroso!
Minuto 19, golo do Newcastle. Nando para mim (com o seu habitual pessimismo): "Acabou, Tó... o sonho acabou."
Mal sabíamos nós que o vulcão Alvalade iria despertar tão cedo. Niculae empata a partida e reacende a esperança. Alvalade entra em erupção e empurra a equipa para uma reviravolta histórica. 4-1! Nunca cantei tanto na minha vida! Nunca me diverti tanto! Nunca vi um jogo assim!

O jogo de Alkmaar foi o jogo mais difícil da minha vida. Se não morri naquele dia, de certo não morro tão cedo. As lágrimas já me corriam pela cara quando Garcia cabeceia para o golo! Peguei o meu Pai ao colo, dançamos pela sala, foi um milagre! Estávamos na grande final!

"Tou Nando, temos bilhete!!!"
"'Tás a gozar!"
"Não, recebi agora o mail da UEFA, temos bilhete!"

Escolhi a imagem do golo de Rogério para ilustrar o post. Foi o dia mais triste que vivi. Um balançar incrível de emoções, o jogo que não podíamos perder, o ambiente, o golo, a vantagem ao intervalo, o empate, a derrota e o choro... Alvalade chorou a derrota de cachecol esticado, cantando! Somos, de facto, diferentes! Cantámos pelo Sporting, aplaudimos a equipa, e chorámos!

Foi um ano único, e pelas boas e sentidas memórias que aqui deixei, não quero falar do resto. Nem de como perdemos o campeonato, nem de como "os outros" o ganharam, nem de Peseiro (do qual louvo o futebol que nos pôs a jogar), nem de Dias da Cunha.
Quero só desejar a Paulo Bento e a toda a comunidade sportinguista toda a sorte e felicidade do mundo, em 2006, e que de facto, este ano de Centenário, seja um ano de conquistas!

Para o fim deixo a minha sentida homenagem ao homem que, para mim, era a voz do futebol.
Quando soube da morte de Jorge Perestrelo, liguei de imediato ao meu Pai, triste, muito triste. Cresci a ouvir os relatos do meu Sporting, de Perestrelo, a gravar naqueles rádios da "Loja dos 300" os golos para depois poder jogar e festejar como ele no Subbuteo e no futebol de botão.
Morreu em 2005, depois de gritar o golo de Garcia em Alkmaar e de o festejar com um "Eu te amo, Sporting!". A Rádio, e o Futebol ficaram mais pobres.

Sem comentários:

Enviar um comentário