Subscrever
C.F. Estrela Amadora 0 - Sporting Clube de Portugal 1 (Tonel, 45')
Há duas maneiras de analisarmos o jogo com o Estrela: à luz do pragmatismo ou à luz do nível exibicional da equipa. Se optarmos pela primeira, podemos dizer que o Sporting ontem no Estoril, debaixo de uma forte carga de água, cumpriu minimamente com aquilo a que estava obrigado e venceu o jogo, mesmo que pela margem mínima. Caso queiramos ir pelo outro caminho, podemos dizer que o Sporting não esteve em campo contra o Estrela.
Para este desafio, Paulo Bento promoveu algumas alterações no 11, dando a titularidade a Romagnoli, Bueno, Paredes e Ronny. A estes quatro juntavam-se Ricardo, Abel, Tonel, Polga, Moutinho, Nani e Liedson. Todavia, três dos novos titulares acabariam por render pouco, mostrando a pouca felicidade de Paulo Bento aos colocá-los de início.
Os primeiros minutos fizeram acreditar que teriamos um Sporting dominador, que iria buscar o golo mais cedo ou mais tarde. Pura ilusão! Apesar do domínio territorial, o Sporting não criava um único lance de perigo. Culpados? Vários, mas principalmente Romagnoli. O argentino foi incapaz de pegar no jogo, de soltar uma bola em condições para os companheiros de ataque. Estranha era também a distância entre os sectores da equipa. Os defesas, várias vezes, tinham como ponto de referência Paredes que, com a bola nos pés, não via ninguém desmarcado a quem passar o esférico. Nani e Moutinho (autores de boas exibições individuais) pareciam remar sozinhos contra o marasmo, mas tal tarefa evidenciou-se impossível. Na frente Liedson, desinspirado mas completamente só e muito marcado, não logrou combinar com um esforçado (mas só mesmo isso...) Carlos Bueno. Muito, muito pouco para uma equipa que quer ser campeã. E o primeiro lance digno de registo partiu dos pés de Nani, com um bom remate aos 16', que não levava a direcção correcta. Também Ronny tentou algumas vezes a sua sorte através da marcação de livres directos, mas o resultado foi pouco melhor que deprimente. Já com o intervalo a caminho, Carlos Bueno ameaça na sequência de um canto e mesmo em cima do minuto 45, Tonel "à Jardel" dava motivos para sorrir aos adeptos do Sporting, marcando um belo golo de cabeça, após cruzamento d' El Pipi.
Com a segunda parte (e com uma chuva que ensopava o mais inocente adepto que se dirigira ao estádio...), veio Carlos Martins e os primeiros minutos foram prometedores. Mais uma vez... ilusão! Após 15 minutos de bom nível nos quais se adivinhava o 2º golo, estranhamente (ou talvez não, tendo em conta que coincidiu com a evidente quebra de Carlos Paredes) o Estrela começou a tomar conta do jogo. Sem nunca pôr em perigo a baliza de Ricardo, mas com uma liberdade de acção impressionante, os pupilos da Amadora chegaram a fazer temer o pior, não por aquilo que jogavam, mas pelo que o Sporting não fazia. A equipa estava recuadíssima e apenas Carlos Martins, Nani e Liedson denotavam alguma qualidade do meio campo para a frente. Isto porque na zona intermediária é difícil alguém brilhar mais do que Moutinho... E foi por Carlos Martins, na cobrança de um pontapé livre directo, que o Sporting voltou a criar perigo. Também Abel, que fez um jogo melhor do que andava a fazer até aqui, criava perigo pelo flanco direito, estando inclusive perto de marcar, num lance em que tentou o remate, ao invés de endossar para Liedson em melhor posição. Até ao final, destaque para a entrada de Custódio e Caneira, com o intuito de defender um resultado que podia ter sido ampliado, não fosse o fiscal de linha marcar um fora-de-jogo escandaloso ao Levezinho. Do Estrela, apesar de tudo, ainda há menos para contar, e os dedos de uma mão chegam e sobram para contar as vezes que Ricardo foi chamado a intervir (mesmo sem perigo algum...).
Leão a Leão
Ricardo 3 - Seguro. Raramente posto à prova.
Abel 3 - Ainda em busca da melhor forma, mostrou melhorias em relação aos últimos jogos e foi dos melhores em campo.
Polga 2 - Mau jogo do central brasileiro, muito desatento, deixando-se antecipar várias vezes pelos adversários.
Tonel 4 - Mais uma grande exibição. Imperial a defender, fez ainda o belo golo que deu os 3 pontos ao Leão. À atenção (casmurra...) de Scolari. O melhor jogador do Sporting.
Ronny 2 - Não comprometeu a defender, mas muito fraco na transposição defesa-ataque.
Paredes 3 - Boa estreia na Superliga. Certinho, não inventa, tem grande visão. Não se esperem grandes floriados do paraguaio, porque é o primeiro a destruir e a construir. Caiu a pique na segunda parte.
Moutinho 3 - Mais um belo jogo do médio, sempre uns pontinhos acima dos restantes colegas. É espantoso ver como um puto aguenta o que o nosso Baixinho aguenta em campo todas as semanas.
Nani 3 - Não foi tão preponderante como nas jornadas anteriores, mas revelou uma maturidade em campo pouco vulgar. Soltou mais a bola, jogou e tentou fazer jogar. Assim, ganham todos.
Romagnoli 1 - Já foi tudo dito. Simplesmente não esteve em campo.
Bueno 2 - Esforçado. Nada mais.
Liedson 2 - Nota-se que ainda está procura da melhor forma, mas a jogar tão recuado e a ser vítima do esquema táctico desta maneira, não lhe peçam 15 golos esta época.
Carlos Martins 3 - Tentou abanar com o jogo.
Caneira e Custódio 2 - Entraram para defender o resultado.
Paulo Bento 3 - Face ao que a equipa produziu, a nota seria negativa. Todavia, os 3 pontos falam mais alto. Mesmo assim, a gestão da equipa tem de ser feita com mais cuidado.
O árbitro - Olegário Benquerença (1) -Tétrico a nível disciplinar, perdoou a expulsão a dois ou três jogadores do Estrela. Perdoou também uma entrada violentíssma a Custódio. Os foras-de-jogo tirados a Liedson no final do jogo dão para rir.
Positivo - Tonel e adeptos - O central já merece uma ida à Selecção. E estes adeptos já merecem um título...
Concluido - Valeu mesmo pelo resultado. Para os próximos desafios vai ser preciso muito, muito, muito mais. Mas estes rapazes já mostraram que são capazes.
Força Sporting!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário