Mais uma para o nosso museu!



De vento em popa! Assim prossegue a pré-época do Sporting. O mínimo que se pode dizer é que a equipa de Paulo Bento promete bastante para a temporada que se avizinha e que, mesmo sem ser brilhante, a espaços, impressiona a capacidade física e a circulação do esférico pela parte dos jogadores.

Desta feita, o Sporting deslocou-se a Huelva para disputar o conceituado Torneio Colombino, um torneio com nome no pais vizinho, que conta no seu historial com vencedores como o Atlético de Madrid, Real Madrid ou Flamengo. E como nenhum clube português tinha conseguido trazer aquela caravela cá para estas bandas, coube aos nossos leões esse feito. Para tal, batemos dois adversários que habitam na primeira divisão espanhola de futebol: o actual detentor da Taça Uefa, Sevilha, e o clube da casa, vencedor do troféu por diversas vezes, o Recreativo de Huelva.

E tudo começou na 4ªfeira...



Sporting C. P. 4 (João Moutinho 46', Liedson 51' e 68', Djaló 73') - Sevilha 2 (Kanouté 8' e 63')

O Sporting entrava em campo no Colombino para defrontar o Sevilha, 5º classificado no campeonato espanhol do ano passado e vencedor da Taça Uefa (ainda custa escrever o nome da dita taça...). O jogo não se afigurava fácil na medida em que nomes como Kanouté, Navas, Adriano, Poulsen ou Chevantón colocam em sentido a mais forte das equipas.

Para o embate com os sevilhanos, Paulo Bento escalou o seguinte 11: Ricardo na baliza; um defesa composta por Miguel Garcia, Miguel Veloso, Polga e Caneira; ustódio; Carlos Martins, Moutinho e Nani no meio campo; Djaló e Liedson no ataque.

Começou melhor o Sevilha que, logo aos 8 minutos, por intermédio de Kanouté que, de cabeça, apontou o primeiro, num lance em que toda a defesa do Sporting revelou uma displicência que jamais se poderá repetir. Estava melhor o Sevilha, que ia controlando o jogo a seu bel-prazer, e só Carlos Martins, através de remates de fora da área impunha respeito. Nani não existia, perdendo-se em fintas no terreno, Custódio, com o seu futebol "para trás e para o lado" ajudava à festa, Caneira era uma passadeira que Navas mal tratava sempre que tinha a bola nos pés... E o 2-0 adivinhava-se a qualquer altura. Só não aconteceu mesmo porque Navas, completamente isolado, e Chevantón não tiveram o sangue frio necessário para bater Ricardo. A primeira parte estava a ser tão fraca do lado dos verdes e brancos que até Liedson, no minuto 42, só com o guardião Palop pela frente, fez o mais difícil...



Não se sabe o que Paulo Bento terá dito aos jogadores durante o intervalo. Mas que resultou... resultou! Que o diga João Moutinho, que após uma grande jogada de envolvimento do ataque leonino, servido por Nani, atirou para o empate no minuto 46. E se alguém duvidava que o Sporting estava mesmo diferente, Liedson (seja bem aparecido...) fez questão de deixar bem claro que a primeira parte tinha sido um erro de cálculo, quando aos 51 minutos interceptou uma bola no meio campo adversário e cavalgou até à baliza onde, ludibriando Palop, fez o 2-1. Já com Tello em campo, que rendera um cansado Caneira ao intervalo, Ricardo (mal batido no primeiro golo) parecia querer antecipar algo, e quase marca autogolo após cruzamento de Adriano. Não marcou Ricardo... marcou Kanouté, num lance confuso, a meias com Javi Navarro. Um lance ridículo, onde Ricardo, mais uma vez ficou mal, muito mal, na fotografia, juntamente com os companheiros da defesa. Mas o empate não duraria muito tempo, já que, no minuto 68, Miguel Garcia foi derrubado na área, havendo lugar à marcação de uma grande penalidade que Liedson quase desperdiçava. Valheu-lhe a recarga. Passados 5 minutos, com o paraguaio Paredes já dentro das quatro linhas, o Sporting sentenciaria o desafio, após boa jogada de Nani, com Djaló a finalizar um lance confuso e a colocar o marcador num expressivo e motivador 4-2. Até ao final do jogo destaque apenas para as expulsões de Puerta e Kanouté e para a entrada em campo de Abel, Douala e Tonel.



Leão a Leão

Ricardo (2) - Muito abaixo do que pode fazer. Com responsabilidade nos 2 golos e sempre muito intranquilo.
Miguel Garcia (3) - Primeira parte sofrível. Melhor na 2ª, onde ganhou um penalti.
Caneira (1) - Péssimo jogo do internacional português, denotando cansaço em demasia.
Polga (2) - Mal batido no primeiro golo, revelou-se demasiado lento e faltoso.
Miguel Veloso (3) - Uns furos acima do colega do lado, mas com erros de palmatória.
Custódio (2) - Não se libertou da muralha sevilhana no primeiro tempo. Com a subida da equipa no terreno no segundo tempo, deu-se menos por ele, logo, fez menos asneiras.
Carlos Martins (3) - Dos poucos a remar contra a maré no primeiro tempo, viu a sua exibição manchada pelas picardias com Adriano. Mesmo assim, bom jogo.
Moutinho (4) - Foi a par de Martins e Djaló, um dos únicos a cumprir no primeiro tempo. Na segunda parte, catapultou a equipa para uma bela exibição sendo, portanto, o melhor jogador do Sporting em campo.
Nani (3) - Depois duma primeira parte tétrica, na qual sempre que tocava na bola ficava sem ela, resolveu partir para uma bela exibição no segundo tempo, mostrando que pode (e muito...) criar o pânico junto à linha.
Djaló (3) - Esta aos poucos a conquistar um lugar. Mais um bom jogo, muito mexido, coroado com um golo.
Liedson (4) - Não marcava há algum tempo, pois não? Então tomem lá dois golos! Liedson ao seu nível: letal!
Tello (3) - Rendeu Caneira e o Sporting passou a ter defesa esquerdo.
Paredes (3) - Ajudou a estabilizar o meio campo.
Abel (2) - 15 minutos em campo para expulsar Puerta e, consequentemente, Kanouté.
Douala (2) - A sua velocidade (inconsequente, diga-se...) ainda assutou os sevilhanos.
Tonel (-) - Rendeu Liedson.



Conclusão - Após uma primeira parte terrível, na qual não existimos e podiamos ter sofrido mais do que um golo, encarámos a segunda com grande profissionalismo dando uma prova cabal de qualidade e força para a época que se avizinha. O adversário impunha muito respeito mas nem por isso os nossos leões se intimidaram arrancando para uma brilhante segunda parte. Os erros defensivos não se podem repetir e o meio campo não pode andar tanto tempo sem bola. Mesmo assim, foi um teste muito positivo.

No dia seguinte, jogar-se-ia a final contra o clube da casa, o Recreativo do Huelva.



Recreativo de Huelva 0 - Sporting C. P. 3 (Farnerud 35', Ronny 42', Liedson 87')

A final com o Huelva mostrou-nos um Sporting ainda mais forte. Num jogo em que Paulo Bento fez alinhar as segundas opções, destaque para as exibições de Romagnoli, Miguel Veloso, Nani e Liedson. O resultado demonstra bem a superioridade do Sporting, a partir dos 30 minutos de jogo e o placard só não registou números escandalosos porque o avançado Carlos Bueno revelou falta de pontaria.

Foi mais uma bela demonstração de que temos equipa.

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